Poema

sábado, 5 de dezembro de 2009

Lágrima Preta

Lágrima de preta

Encontrei uma preta

que estava a chorar,

pedi-lhe uma lágrima

para a analisar.



Recolhi a lágrima

com todo o cuidado

num tubo de ensaio

bem esterilizado.



Olhei-a de um lado,

do outro e de frente:

tinha um ar de gota

muito transparente.



Mandei vir os ácidos,

as bases e os sais,

as drogas usadas

em casos que tais.



Ensaiei a frio,

experimentei ao lume,

de todas as vezes

deu-me o que é costume:



Nem sinais de negro,

nem vestígios de ódio.

Água (quase tudo)

e cloreto de sódio.

Desencontro

"Desencontro

Que língua estrangeira é esta

que me roça a flor do ouvido,

um vozear sem sentido

que nenhum sentido empresta?

Sussurro de vago tom,

reminiscência de esfinge,

voz que se julga, ou se finge

sentindo, e é apenas som.



Contracenamos por gestos,

por sorrisos, por olhares,

rodeios protocolares,

cumprimentos indigesto,

firmes aperto de mão,

passeios de braço dado,

mas por som articulado,

por palavras, isso não.

Antes morrer atolado

na mais negra solidão.

Futuro...

"O futuro tem muitos nomes.
Para os fracos é o inalcansável.
Para os temerosos, o desconhecido.
Para os valentes é a opurtunidade"